Rede dos Engenheiros Agrônomos do Brasil
Fonte foto:http://www.emater.ro.gov.br/siteemater/noticiaview.php?id=671
Durante meus poucos anos de formado enfrentando os desafios diários, estudando e vendo inúmeros debates, e analisando o processo degenerativo da formação em Agronomia, por vezes fico a imaginar como resgatar ou construir um novo modelo que permita aos futuros profissionais uma formação condizente com os anseios da sociedade que com seus impostos investem caro em um curso que pela lógica só se constrói com estruturas que a maioria não necessitaria.
O que percebo é que ao longo do tempo a formação vem regredindo em sua carga horária, as disciplinas básicas vem sendo reduzidas, na maioria dos casos a formação direcionada a produção vegetal, mas mesmo assim desprezando os conhecimentos em forragicultura, silvicultura e isso sem falar nas áreas como engenharia rural, produção animal e ambiental, sendo deixadas de lado desconstruindo assim a verdadeira essência profissional com base em seu decreto, leis e resoluções e reduzindo a margem de sucesso profissional daqueles que buscam essa profissão para exercê-la.
Agronomia pela própria terminologia AGRO = campo, NOMIA = regras, mostra muito bem a amplitude do nome e por si só deveria rejeitar qualquer tentativa míope de redução a apenas produção vegetal, nesse sentido a formação do Engenheiro Agrônomo deve ser plena e holística, respeitando nossas atribuições com base no decreto 23.196 de 12 de outubro de 1933 que é o regulamentador do exercício profissional da classe agronômica brasileira.
O curso a meu ver dever mesclar a base teórica sólida vivenciando a prática robusta com disciplinas que não se resuma ao que se tem visto onde o aluno em seu processo de aprendizagem restringe-se a sala ouvindo 45 minutos de conteúdo e se dirigindo-se a outra sala com conteúdo totalmente diferente. As disciplinas ou cadeiras devem ser vivas e dinâmicas com uma programação que realmente permita não apenas a fixação do conteúdo mas o exercício da relação teórica com a prática buscando ampliar seu leque de visão sobre assunto trabalhado.
Se o tema é a química relacionado ao processo de ensilagem a base científica e teórica deve ser aplicada na prática relacionando tudo àquilo que se vê em sala no real processo de aprendizado.
Imagem 01 : Pirâmide da aprendizagem
Fonte: http://fascinacaopelaartedeeducar.blogspot.com.br/2013/08/piramide-...
Não é que hoje que o ensino vivenciando aquilo que se estuda potencializa o aprendizado. Conforme imagem 01 fica evidente a necessidade de maior aplicação e interação entre o debate sobre os conteúdos e a indispensável vivência prática sobre aquilo que se estuda. O Discutir, praticar e ensinar potencializa a construção do profissional de excelência, mas o que temos visto é o empobrecimento da formação baseado apenas e unicamente no escutando e lendo.
Nesse sentido é preciso ampliar o espaço tempo de aprendizagem valorizando as horas mais favoráveis as práticas pela manha com a tarde e noite no aprofundamento da base teórica.
O objetivo dos cursos não devem ser unicamente como infelizmente se tornou quase 100% voltado apenas a formação de pesquisadores que muitas das vezes vão para o já concorrido espaço docência muita das vezes sem vocação, mas também de profissionais com viés técnico, cientifico capaz de aplicar, transformar, aprimorar ou adaptar o que construiu em ações concretas na sua formação a serviço da produção com qualidade e sustentabilidade dos recursos naturais.
A construção do profissional Engenheiro Agrônomo seguro de si, capaz não apenas de enfrentar o exigente mercado de trabalho mas de buscar o viés empreendedor passa pela formação de excelência e é isso que a nossa profissão precisa.
Francisco Lira
Engenheiro Agrônomo Esp.
CREA-PI 18.222/D
Bibliografia
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces01_06.pdf
http://fascinacaopelaartedeeducar.blogspot.com.br/2013/08/piramide-...
http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/10/a-pi...
http://www.emater.ro.gov.br/siteemater/noticiaview.php?id=671
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Parabens Lira pelo artigo e reflexão. Discordo do Gilberto quando ele diz que o ensino não mudou - acho que mudou muito e para pior! O ensino de Agronomia deve ser levado a sério por aqueles que o ministram. Enquanto nós profissionais estamos preocupados com retirada de atribuições, com redução de mercado, com salários - perda de direito, a maioria dos professores estão preocupados em criar novos cursos, defender o seu nicho específico, ter menos horas aulas sem perda de salário ou aumento de práticas, em se especializarem cada vez mais sem a prática do que aprendeu ou sem a intensão do repasse de sua expertise aos alunos... e outras "coisitas" mais...
Parabens Lira pelo artigo e reflexão. Discordo do Gilberto quando ele diz que o ensino não mudou - acho que mudou muito e para pior! O ensino de Agronomia deve ser levado a sério por aqueles que o ministram. Enquanto nós profissionais estamos preocupados com retirada de atribuições, com redução de mercado, com salários - perda de direito, a maioria dos professores estão preocupados em criar novos cursos, defender o seu nicho específico, ter menos horas aulas sem perda de salário ou aumento de práticas, em se especializarem cada vez mais sem a prática do que aprendeu ou sem a intensão do repasse de sua expertise aos alunos... e outras "coisitas" mais...
Guerreiro Francisco minha visão passa pelo seu ponto de vista.
Essa sua preocupação deve ser discutida.
Devemos exigir formação ampla com conhecimentos em todos os campos da Agronomia: agricultura, horticultura, fruticultura, pastagem e forragens, floresta e grandes/médios/pequenos animais.
Os Cursos Superiores devem ter uma quantidade de mínima de horas aulas para assegurar a maior aplicação e interação entre conteúdos e a prática.
Assunto para ser discutido na CCEAGRO e nos próximos CEA.
Francisco Lira: estou de pleno acordo com sua mensagem. Também concordo com o comentário de Gilberto Fugimoto: mudou o mundo mas não mudou o ensino.
Francisco,
Com relação ao penúltimo parágrafo, o curso de Agronomia tem um viés de pesquisa como um vício de formação de outras épocas, mas que ainda não foi superado.
Mudou o mundo, mas não mudou o ensino!
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