Como a agronomia pode contribuir para a prevenção de catástrofes?
Estamos todos chocados com a tragédia do Rio de Janeiro. No entanto, parece que esse fenômeno tem tudo para se repetir: ocupação irregular de encostas, corte da vegetação original e ampliação das áreas ocupadas pelo simples crescimento populacional. A tudo isso acrescente-se o aquecimento global, ingrediente fundamental para a recente catástrofe. Segundo meteorologistas, o aumento da temperatura das águas do oceano forneceu umidade extra para o volume absurdo de chuvas em tão pouco tempo.
Os telejornais despejam volumes industriais de informação, orientação e opiniões de especialistas sobre como deveria ser a realidade. O que nós engenheiros agrônomos temos a contribuir com o debate na sociedade para prevenir esse tipo de tragédia? Muito mais que um fenômeno local, parece uma realidade que tende a se repetir não só nas metrópoles brasileiras como na maioria de nossas cidades.
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Respostas
Parabéns, excelente proposta e iniciativa.
Como foi a receptividade de seu trabalho no município?
abração
Procedi da seguinte maneira: elaborei um geoprocessamento do municipio, destacando áreas de risco ( áreas de alagamento e encostas ),em seguida ajustei as carracteristicas dos solos superficialmente e, utilizando sonda de 5 metros de prufundidade pude constatar:
Fragilidade dos solo - capacidade de retenção de água - enrraizamento de plantas - capacidade produtiva.
Assim, e com uma gama de informações técnicas levei as autoridades e ocorre hoje uma exigência as novas construções prescritas no plano diretor. Deixo bem claro a indagações futuras, este trabalho fim ppor conta e com recursos próprios, já que sou ambientalistas e utillizo os mesmo para meus próprios trabalhos.
Acredito que os demais colegas criarão outras metodologias para diminuirmos este grave problema que assola uma vasta população e tende se agravar.
O poder público assume uma independência técnica total nesses momentos e agem irresponsavelmente no momento de promoverem a ocupação das áreas. Deviam com isso pagar o preço de forma real!!! Valores...!!!
Na minha opnião os nossos conselhos regionais, muitas vezes, são omissos aos casos e ou pouco influentes na tomada de decisão. Além disso os próprios profissionais, muitas vezes, não têm tido uma participação efetiva nos conselhos.
Então, concluo que uma ação conjunta deveria ser montada na tentativa de contribuir melhor neste caso.
Deslizamento de encosta no Sumaré - Rio de Janeiro

O Sumaré é o maciço de montanhas que domina zona sul e norte da cidade do Rio de Janeiro.Preservada por se encontrar no Parque Nacional da Tijuca - A Floresta da Tijuca.
Apresenta diversos problemas de invasão em suas margens, mas mesmo áreas de mata preservada não estão livres de deslizamentos como ocorreu em função das recentes chuvas de abril.
Da minha janela em Vila Isabel, pude documentar antes (acima) com a vegetação preservada e depois (abaixo) onde trechos não resistiram a um acumulado de 342mm de chuva.
No detalhe das fotos podemos ver que a vegetação sobre topografia íngreme e solos rasos não foi suficiente para resistir a tamanha quantidade de chuvas.
Na encosta abaixo chega a ser surpreendente como a vegetação consegue se desenvolver em solo tão raso.

Morro do Bumba, NIterói, abril 2010Muito boa a sua colocação e a do Fernando também.
Onde nós agrônomos poderemos atuar para mitigar os efeitos do clima, da ocupação desordenada do solo e etc. ?
Como reordenar o nosso território, o meio rural, produzir sociedades sustentáveis, se 70% das áreas do nosso estado estão ocupadas com pastagens degradadas e na mão de poucos?
Quantos agrônomos estão empregados, trabalhando no interior do Estado do Rio? Promovendo uma agricultura sustentável, livre da petroquímica, menos danosa ao planeta? Fixando famílias no campo, moradias adequadas, barateando o nosso alimento, enfim, acho que a Aearj poderia levantar esses dados para gente. Sempre tive a curiosidade de saber. Quando trabalhei no interior, me indagava com o fato de ver tantos profissionais da saúde no posto e apenas um agrônomo no escritório. Se houvesse mais agrônomos como certeza haveria menos doentes!!!!
Abraços
Diana
Mauricio Dutra Garcia disse: