Desafios Agronômicos em Enologia

Qual é o maior desafio para o profissional de Agronomia na área de produção de vinhos? Como vocês, profissionais formados e acadêmicos, encaram a concorrência com outros profissionais (enólogos e viticultores)? E qual a diferença na atuação? O agrônomo tem amplitude para atuar em todas as etapas da produção de vinhos?

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Respostas

  • Caros amigos,

    sou acadêmico de agronomia na UFSM e atuo como pesquisador IC na área de vitivinicultura.

    Já atuei no Depto de Ciência de Alimentos em projetos de mestrandos da pós com ênfase em enologia, e apesar de concordar que o Eng. Agrônomo pode atuar com uma pós nessa área, ainda acho que nossa ênfase deve ser onde temos todo e o maior embasamento, que é na viticultura. 

    Atualmente, até mesmo farmaceuticos e cientistas de alimentos fazem essa pós e trabalham com uvas pós colheita e análises de uvas e vinhos tendo maior embasamento durante o curso do que nós. Já na parte de viticultura, nem os cursos de viticultura e enologia conseguem dar toda a fundamentação, desde fisiologia, solos, engenharia agrícola, etc. como a que nós temos.

    Mas sei de uma história de briga judicial para que um Engenheiro Agrônomo atue na elaboração do vinho com CREA e ganhou. Não vou citr nomes pois não tenho permissão. 

    Além de que, um renomado enólogo chileno que atua no Brasil é, na verdade, engenheiro agrônomo, pois no chile assim é feito, agrônomos atuam como enólogos. Ao que me parece não há nenhum impedimento no Brasil da atuação especificamente neste caso.

    Saudações e um grande abraço!

  • James,

    Seu questionamento é mais que pertinente.

    Estamos enfrentando problema semelhante no Rio de Janeiro com relação aos alambiques de cachaça especialmente de Paraty que tem produtos com Denominação de Origem.

    O CRQ vem pressionando os produtores a adotar Químicos como responsável técnico dos alambiques.

    Estamos na luta para mostrar aos agricultores que a opção pelo engenheiro agrônomo é mais indicado pois se responsabiliza pela produção da matéria prima e seu processamento.

    James da Silva Alves disse:

  • Errata:

    Não é CRM, o correto "é" CRQ - CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA.
    James da Silva Alves disse:

    Ando remoendo esta pergunta há horas! Uma hora eu tinha que botar para fora! Então, me desculpem se for um tanto exagerado (para não dizer grosseiro.).

    Por ter trabalhado no meio vitivinicultor, tanto na pesquisa quanto na produção, vendas e venda de insumos e, até mesmo, na docência, vi e vejo o mundo da enologia por vários prismas e por uma óptica um tanto particular.

    Nunca entendi, e nada me fará entender, como pode um enólogo não conhecer a matéria prima com a qual trabalha. Isto significa saber, exatamente", o que" foi produzido na lavoura; o que está chegando na cantina. Por que, afinal de contas, enólogo é "o sujeito que diante do vinho toma decisões". E isto é decidir que vinho será feito com a uva que lhe chega as mãos. Na imensa maioria das vinícolas o enólogo só sabe que uva terá, quando esta chega na cantina.

    A profissão "enólogo" foi apenas recentemente reconhecida por força de lei. Ou seja, tem ali por um ano de existência.

    Enólogos de formação acadêmica existem a anos, mas esta formação é "extremamente carente" no que tange a fundamentação agronômica. O Engenheiro Agrõnomo tem "TODA" (assim mesmo, em maiúsculas) a base teórica e "amplitude" para atuar. Se não a tem, desculpem, mas é deficiência da instituição que o formou. Dai não existir, pelo menos não deveria, concorrência com enólogos e, muito menos, com viticultores. É fato concreto que, no que diz respeito a "vinicultura", nós agrõnomos necessitamos de uma "pós" graduação; por que, até onde eu saiba, nenhum curso de agronomia tem disciplina de enologia!

    O maior desafio são na verdade dois:

    - convencer o mercado empregador de que o agrônomo "não é caro". Mas sim, necessário.

    - vencer, como categoria profissional, o descaso do CREA e o impedimento pelo CRM. Uma vez que um não toma partido pelo seu profissional e o outro, o proíbe de atuar.

  • Ando remoendo esta pergunta há horas! Uma hora eu tinha que botar para fora! Então, me desculpem se for um tanto exagerado (para não dizer grosseiro.).

    Por ter trabalhado no meio vitivinicultor, tanto na pesquisa quanto na produção, vendas e venda de insumos e, até mesmo, na docência, vi e vejo o mundo da enologia por vários prismas e por uma óptica um tanto particular.

    Nunca entendi, e nada me fará entender, como pode um enólogo não conhecer a matéria prima com a qual trabalha. Isto significa saber, exatamente", o que" foi produzido na lavoura; o que está chegando na cantina. Por que, afinal de contas, enólogo é "o sujeito que diante do vinho toma decisões". E isto é decidir que vinho será feito com a uva que lhe chega as mãos. Na imensa maioria das vinícolas o enólogo só sabe que uva terá, quando esta chega na cantina.

    A profissão "enólogo" foi apenas recentemente reconhecida por força de lei. Ou seja, tem ali por um ano de existência.

    Enólogos de formação acadêmica existem a anos, mas esta formação é "extremamente carente" no que tange a fundamentação agronômica. O Engenheiro Agrõnomo tem "TODA" (assim mesmo, em maiúsculas) a base teórica e "amplitude" para atuar. Se não a tem, desculpem, mas é deficiência da instituição que o formou. Dai não existir, pelo menos não deveria, concorrência com enólogos e, muito menos, com viticultores. É fato concreto que, no que diz respeito a "vinicultura", nós agrõnomos necessitamos de uma "pós" graduação; por que, até onde eu saiba, nenhum curso de agronomia tem disciplina de enologia!

    O maior desafio são na verdade dois:

    - convencer o mercado empregador de que o agrônomo "não é caro". Mas sim, necessário.

    - vencer, como categoria profissional, o descaso do CREA e o impedimento pelo CRM. Uma vez que um não toma partido pelo seu profissional e o outro, o proíbe de atuar.

  • Maravilhoso, Fred! Muito obrigada pela sua contribuição.

    Realmente existem especializações a nivel profissional no Rio Grande do Sul, especificamente na Casa Valduga e arredores, com vinhedos de grande porte e alta tecnologia. Já visitou algum vinhedo ou conheceu o processo durante o curso? O que acha relevante compartilhar conosco?

    Fred disse:

    Larisse,

    Fiz dois cursos na ABS (Associação Brasileira de Sommeliers- End: Praia do Flamengo,66-blocoB - grupo311-tel:22850497)

    Um básico de Tradição ,Conhecimento e Prática de Vinhos e outro de Degustação e Reconhecimento de Vinhos. Cursos de Formação de Enólogo creio que só tem no sul do país.

  • Larisse,

    Fiz dois cursos na ABS (Associação Brasileira de Sommeliers- End: Praia do Flamengo,66-blocoB - grupo311-tel:22850497)

    Um básico de Tradição ,Conhecimento e Prática de Vinhos e outro de Degustação e Reconhecimento de Vinhos. Cursos de Formação de Enólogo creio que só tem no sul do país.

  • Obrigada por participar, Fred!

    Qual o seu conhecimento na área de Enologia? Tem cursos pra indicar?


    Fred disse:

    Larisse,

    Ao que eu saiba para trabalhar na parte de processamento do vinho tem que ser enólogo. Muitos enólogos são engenheiros agronômos. Existem muitos produtores com muita experiencia que produzem bons vinhos. Mas esta área avançou muito em pesquisa e conhecimento, portanto a tendência é que as gerações mais novas  procurem uma maior capacitação em cursos de Enologia. 

  • Larisse,

    Ao que eu saiba para trabalhar na parte de processamento do vinho tem que ser enólogo. Muitos enólogos são engenheiros agronômos. Existem muitos produtores com muita experiencia que produzem bons vinhos. Mas esta área avançou muito em pesquisa e conhecimento, portanto a tendência é que as gerações mais novas  procurem uma maior capacitação em cursos de Enologia. 

  • Minha principal dúvida nessa área é a respeito do que o agrônomo "pode e o não pode". O agrônomo pode atuar na produção de vinhos, do início (preparação do solo) ao fim (engarrafamento)?? Se não pode, quem tem essa licenciatura?

    Na minha humilde opinião, acredito que o principal desafio nessa área está nos diferentes métodos de cultivar a uva. Cada região do Brasil e do mundo possui um clima específico, diferentes minerais presentes no solo (essenciais ou tóxicos), uma temperatura mínima e máxima em cada estação, latitude e outras características que tornam o sabor de cada safra único. O desafio está exatamente nessa versatilidade que o profissional dessa área necessita ter.

    Gostaria da opinião de vocês.

    Grata. Larysse
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