Água (9)

Reunião do GT Estradas Vicinais

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AGORA É A VEZ DO SANEAMENTO BÁSICO

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O Congresso Nacional aprovou dia 24.6.2020 o marco do Saneamento Básico, permitindo que a empresa privada possa universalizar os serviços de água e esgoto, quando 100 milhões de pessoas no Brasil não têm coleta de esgoto e 35 milhões não têm acesso à rede de água. O saneamento melhora a qualidade de vida, a educação e a produtividade. Serão necessários entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões para universalizar a prestação de serviços de saneamento no Brasil até 2033.

Pesquisa desta semana mostrou que, no Brasil, a classe mais afetada pelo Covid-19 foi, justamente, a mais pobre, onde a densidade habitacional é maior e milhares de famílias nem água potável têm em casa se quer para lavar as mãos.

O fato da urbanização ter chegado no Brasil aos 85%, não diminui a responsabilidade dos ruralinos (nós no meio), seja por contribuirmos com os nossos próprios esgotos mas, principalmente, pelos dos animais domésticos e indústrias rurais. Além do mais, a boa formação em Hidráulica e Biologia (as bases do Saneamento Básico) do Engenheiro Agrônomo, o habilita a colaborar com a empreitada, mesmo que restrita ao campo, com o projeto de estações de tratamento de esgotos por zona de raízes, wetlands construídas, irrigação com esgoto bruto, campos de infiltração, e outros.

Há, também, materiais típicos do campo, que podem ser úteis no tratamento da água e esgotos como, p. ex., sementes da morangueira e palha de arroz calcinada no tratamento da água, e plantas aquáticas como o aguapé e pedaços de bambu (como suporte de tanques biológicos aerados) para o tratamento de esgotos domésticos.

Serviços de água: 33 milhões de pessoas no Brasil vivem sem acesso à água potável. Como boa parcela da população bebe água de poço raso, se nós difundíssemos o uso da garrafa cloradora feita com PET, areia lavada de rio e Hipoclorito de Cálcio, já seria u'a mão na roda.

Coleta e tratamento de esgotos: 104 milhões de pessoas, ou quase a metade da população brasileira não tem acesso a serviços de esgoto em casa. Aqui na Rede Agronomia, já escrevi dezenas de artigos falando sobre o assunto.

Destino adequado do lixo: existe uma lei de 2010 que 'ordena' a substituição dos lixões por aterros sanitários em todos os municípios do país, que nunca foi cumprida por sucessivos adiamentos de prazo. E por falar em resíduos sólidos urbanos, é bom lembrar que a mistura da matéria orgânica (que compõe cerca de 60% do lixo doméstico no país) com a poda de árvores ou restos culturais (lascas de madeira, palha de arroz e outros materiais do campo), são a base para a compostagem do lixo que, além de aumentar (o dobro) a vida útil dos aterros sanitários, produz um excelente condicionador do solo, que pode ser usado na agricultura.

Macrodrenagem pluvial: esta é a quarta parcela que compõe o Saneamento Básico, e é a responsável pelas inundações.

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DIA MUNDIAL DO SOLO

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Embora eu seja um especialista em Irrigação e Drenagem e, em toda a minha vida profissional, tenha me dedicado só à Água (*), sabendo da grande importância do solo, não poderia deixar de comemorar o seu dia e divulgá-lo entre os colegas da Rede Agronomia.

Recortei do meu Facebook de hoje este post do colega Pedro Freitas (desculpe não ter pedido permissão) e o divulgo antecipado, para que dê tempo de acompanharem a Live comemorativa de hoje.

(*) Aliás, no início da década de 1980, quando eu era Engenheiro Agrônomo da empresa Geotécnica S.A., com sede no Rio de Janeiro – RJ, passei uns dias em Jequitaí – MG, orientando uns testes de sulcos de infiltração (para o projeto de irrigação de 56.000 hectares), e esta foi a única vez que uni o solo à água.

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DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE ADUTORA

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Adutora de Água Tratada é o canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir a água da estação de tratamento aos reservatórios de distribuição, ou entre eles, seja por bombeamento ou pela força da gravidade. Na Figura abaixo, uma motobomba recalca a água para um reservatório situado em cota superior, mas poderia seguir o caminho inverso, se a motobomba fosse substituída por outro reservatório. Dentre os acessórios das adutoras, destacam-se as ventosas (para a expulsão do ar que se acumula) e as descargas de fundo (para esvaziá-la para reparos).

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O dimensionamento hidráulico da adutora consiste em selecionar o tubo adequado (em se tratando de encanamento) para conduzir o volume de água (vazão) necessário (a), na velocidade adequada, evitando-se o acúmulo de ar em pontos estratégicos e dotando-se os pontos mais baixos de descargas de fundo.

Golpe de aríete

Assim se chama o choque violento que se produz sobre as paredes internas de um conduto forçado, quando o movimento da água é modificado ou interrompido (por falta de energia elétrica, por exemplo) bruscamente. Essa sobrepressão pode romper a canalização e deve ser evitada. Na Figura abaixo, no estágio 1, a válvula (ou registro) está fechada e a água encontra-se parada; em 2, o registro é aberto e a água se move; e em 3, o registro é fechado rapidamente, ocorrendo ondas de choque, pela inércia, provocando o rompimento do cano.

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Tanto o golpe de aríete como a elevada pressão (hidrostática ou hidrodinâmica) são os principais motivos para os fabricantes de tubulações adotarem diversas espessuras das suas paredes. Para isso foi criado o índice SDR (Standard Dimension Ratio ou Razão de Dimensão Padrão) que indica quantas vezes o diâmetro (externo) d é maior que a espessura s da parede. A Figura abaixo mostra parte do SDR dos tubos de PVC, que apresentam SDR = 13,5 para DN = ½” (meia polegada) e SRD = 21 para DN = ¾” a 8”. Os tubos de aço têm SDR = 11, 13.5 e 17.

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A planilha abaixo apresenta o dimensionamento hidráulico de adutora de PVC, cujos cálculos constam do trabalho “O golpe de aríete em tubulações de recalque. Análise simplificada”, do Engo. Luiz A. Camargo, apresentado no XV Encontro de Engenheiros de Assistência Técnica TUBOS E CONEXÕES TIGRE S.A., realizado em Joinville – SC, de 23 a 27 de Outubro de 1989, estudo de caso, página 9/33. O enunciado é o seguinte:

Em uma estação de tratamento de água, uma instalação elevatória de PVC com diâmetro nominal de 12” e comprimento de 600 metros, tem o conjunto eletrobomba situado a 55 metros abaixo da superfície livre do reservatório alimentado pela tubulação. A partir da bomba, a tubulação sobe de forma regular até o reservatório, transportando 60 l/s. Determinar a classe de pressão da tubulação, tendo em vista suportar o golpe de aríete decorrente do corte súbito da energia elétrica do motor.

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Legenda: D = diâmetro, Q = vazão, L = comprimento, H = Hm = altura do nível de água, A = área da seção, V = velocidade média da água (o ideal é 2 a 2,5 m/s), e = espessura da parede do tubo, T = fase, t = tempo de fechamento do registro, hf = perda de carga linear, C = celeridade, coef. de Hazen-Williams ou parâmetro da fórmula da sobrepressão máxima, k = coef. da celeridade e da sobrepressão máxima, g = aceleração da gravidade.

A Figura abaixo mostra o esquema hidráulico da instalação e a tabela para tubos de PVC no diâmetro requerido.

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No meu Facebook de hoje surgiu um tema interessante (vide abaixo). Um estudo científico teria comprovado que o plantio de árvores não é tão benéfico como propalado (*). Ou seja, encontraram uma correlação positiva entre esse plantio e a redução da vazão do rio da bacia onde se localizava.

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Na verdade, trata-se de avaliar o custo/benefício do plantio. Há que considerar no consumo de água: o clima, o porte da árvore e a espécie, entre outros parâmetros. Em todo caso, devemos levar em conta, que a árvore em si já é formada por mais de 50% de água (vide abaixo) e que dos benefícios da presença da mesma, devemos descontar a parcela da interceptação (porção de água da chuva que evapora das folhas antes de tocar o chão, e que é de cerca de 17% na Amazônia); bem como a falta de proteção do solo devido à arquitetura (inclinação) das folhas, como ocorre com o eucalipto (isso sem falar da sua fama de abrigar poucas espécies de animais, afetando a biodiversidade).

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A Figura abaixo mostra como a árvore se utiliza da água da chuva.

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(*) Algo semelhante àquela velha discussão que aponta a árvore do eucalipto como uma bomba consumidora de água e que seca o solo onde é plantado.

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ÁGUA DA CHUVA É POTÁVEL

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O Globo Rural que acabei de assistir, trás uma reportagem sobre o armazenamento de água da chuva (para consumo) no semiárido brasileiro, alertando que o Governo (Ministério da Cidadania) reduziu a aplicação de recursos no antigo Programa chamado "Um milhão de cisternas", e que uma dessas cisternas (da foto acima) custa apenas R$ 3.500, 00. (1)

Um estudo realizado na Austrália sugere que a água da chuva recolhida em recipientes é potável e não agride a saúde dos seres humanos, segundo informações divulgadas pela agência EFE nesta quarta-feira. Um comunicado da Universidade de Monash, em Melbourne, pesquisou 300 casas na cidade de Adelaide cujos proprietários utilizam a chuva como principal fonte de consumo de água. (2)

Essa polêmica sobre a potabilidade da água da chuva é recorrente na Engenharia, e eu sempre fiquei do lado dos que dizem que sim. Em 2009 eu apresentei numa reunião de condomínio do edifício onde moro, no Rio de Janeiro, um projeto (de minha autoria) de captação da água da chuva a partir do terraço, e que não foi aprovado por falta de votos (pelos vizinhos, alguns Engenheiros e até General aposentado) não acreditarem que a água da chuva é potável. Um resumo deste projeto consta da página Rede Agronomia, de 31/10/2011, no endereço abaixo:

https://agronomos.ning.com/profiles/blogs/capta-o-da-gua-de-chuva

Um dos argumentos contra mais fortes, foi o das chuvas ácidas, que ocorrem em locais onde a poluição industrial é farta na expedição pelas chaminés das fábricas de produtos à base de Enxofre, que reage na atmosfera acidificando a água da chuva. O segundo é o cocô dos pombos.

Por outro lado, o meu argumento mais forte à favor (da potabilidade), dá-se quando comparamos o fornecimento de água da chuva com o das estações de tratamento de água (ETAs) convencionais. Ela sai pura da ETE, mas pode contaminar-se ao longo das tubulações (velhas) e ao chegarem ao reservatório domiciliar. A água da chuva, por resultar do processo de evaporação, lá em cima (nas nuvens), é potável e, ocasionalmente, pode se contaminar no trajeto e ao chegar nos telhados com alguma sujeira. Por isso se recomenda que não sejam captadas as águas nos primeiros minutos de chuva.

REF. (1)

https://globoplay.globo.com/v/8346418/

(2)

https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/pesquisa/agua-da-chuva-e-potavel-e-faz-bem-ao-homem-diz-estudo,7c598d06878ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

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QUALIDADE DA ÁGUA NA AGRICULTURA

10637428260?profile=originalEm agricultura irrigada, o manejo da irrigação tem sido alvo de grande interesse de estudo.

Fatores como, escolha do sistema, seu funcionamento, cálculos de irrigação, manejo da água, características edafoclimáticas e outros, estão sendo estudados constantemente, visto que a irrigação é uma forma de substituir a água da chuva, promovendo, assim o desenvolvimento satisfatório das plantas, a qualidade do produto e a produtividade. No entanto, estes resultados estão diretamente relacionados com a qualidade da água disponível. Se a qualidade da água de irrigação for inadequada, particularmente no que diz respeito a compostos tóxicos, a irrigação apresentará um possível risco para a saúde da população, portanto, o monitoramento é uma ferramenta essencial no controle da qualidade da água, principalmente quando se destina direta ou indiretamente, ao consumo humano. Nesse contexto é necessário a realização de uma abordagem sobre os indicadores de qualidade de água, os problemas mais comuns causados pelas águas de má qualidade, os procedimentos adequados para a realização de amostragem, avaliação e classificação e ainda alguns comentários sobre o reaproveitamento de água de diferentes qualidades.

Nas regiões de clima árido e semi-árido a prática da irrigação se torna muito comum, afinal a chuva é insuficiente, podendo prejudicar a condução de uma cultura. Já nas regiões úmidas ocorrem os períodos de déficit de água que também provocam sérios prejuízos à agricultura.

A irrigação artificial com águas de má qualidade seguido do manejo inadequado da irrigação já tornou ricas regiões agrícolas em terras improdutivas. Esse fato é de fundamental importância para a elaboração de projetos de irrigação e drenagem, pois todas as águas de irrigação possuem um índice percentual maior ou menor de sais solúveis. Para um solo que apresenta condições adequadas de drenagem, os sais depositados serão extraídos do sistema radicular da cultura, porém quando se trata de um sistema de drenagem deficiente, o conteúdo de sais no solo aumentará progressivamente até alcançar níveis que tornarão a exploração agrícola antieconômica.

O que define a qualidade da água para irrigação são os parâmetros físico-químicos, sendo os processos edáficos os principais responsáveis pela má qualidade da água destinada a irrigação.

 

É normal que o produtor pense em fazer uma análise de solo antes de iniciar um plantio, o que devemos chamar atenção é para a necessidade de se realizar também uma análise da água que será utilizada para irrigação. Muitas vezes os problemas apresentados na condução de uma cultura, como por exemplo, salinização do solo, problemas no processo de infiltração da água, corrosão ou formação de crosta no interior das tubulações, contaminações por agrotóxicos, metais pesados e muitos outros que estão vinculados à qualidade da água, podendo trazer sérios prejuízos em curto, médio ou longo prazo.

Fonte: Ferreira, J.R. - "Avaliação da Qualidade da Água do Distrito de Irrigação Tabuleiros Litorâneos do Piauí"

Foto:Ferreira, J.R.

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I Seminário Programa Produtor de Água no Rio de Janeiro
23 de fevereiro de 2010
Local: Auditório Embrapa Solos
Rua Jardim Botânico, 1024, Jardim Botânico, Rio de Janeiro

INSCRIÇÕES:
Enviar nome e instituição para o endereço eventos@cnps.embrapa.br

PROGRAMAÇÃO:

Dia 23/02
09:00 - Abertura
09:15 - Panorama do Programa Produtor de Água - Devanir Garcia dos Santos/ ANA
10:15 - Experiências do Programa Produtor de Água no Brasil - TNC
11:15 - Perspectivas do Programa Produtor de Água para o Rio de Janeiro - Rosa Formiga Johnsson/ INEA
Haverá 15 minutos reservados para questões em cada apresentação da manhã.
12:00 Almoço
13:30 - Incentivos ao Manejo Sustentável de Recursos Naturais do Programa Microbacias RJ - Nelson Teixeira/ SEAPPA
14:20 - Monitoramento ambiental em bacias hidrográficas do Rio de Janeiro - Rachel Bardy Prado / Embrapa Solos
14:50 - Experiência do Comitê da Bacia Lagos São João - Denise Spiller Pena e Natália V. Ribeiro / FUNBOAS
15:40 - Coffee-Break
16:00 - Experiência do Projeto Produtor de Águas e Florestas da Bacia do Rio Guandu - Gilberto Pereira/ Instituto Terra
16:50 - Mesa redonda: debates.
17:30 - Encerramento
Haverá 10 minutos reservados para questões em cada apresentação da tarde.

CONTEXTUALIZAÇÃO

O Programa Produtor de Água foi concebido pela Agência Nacional de Águas – ANA tendo como propósito a
redução da erosão e do assoreamento de mananciais no meio rural, propiciando a melhoria da qualidade da água e o aumento das vazões médias dos rios em bacias hidrográficas de importância estratégica para o País.

É um programa de adesão voluntária de produtores rurais que se proponham a adotar práticas e manejos
conservacionistas em suas terras com vistas à conservação do solo e da água. Como os benefícios advindos dessas práticas ultrapassam as fronteiras das propriedades rurais e chegam aos demais usuários da bacia, o Programa prevê a remuneração dos produtores participantes. De acordo com a Agência, o Programa está alinhado à tendência mundial de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), baseada no princípio do provedor recebedor, que prevê bonificação aos usuários que geram externalidades positivas em bacias hidrográficas (http://www2.ana.gov.br/Paginas/projetos/ProgramaProdutorAgua.aspx).
No Estado do Rio de Janeiro, se destacam iniciativas de gestão integrada dos recursos hídricos em bacias e
microbacias hidrográficas por agricultores, como o Programa Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas RIO RURAL, o Fundo de Boas Praticas Ambientais do Comitê Lagos São João, e o Produtor Águas e Florestas do Comitê Guandu, que contribuem para o aprimoramento e consolidação da estratégia fluminense de pagamento por serviços ambientais.

Neste sentido, o I Seminário Produtor de Água no Estado do Rio de Janeiro reunirá representantes de organizações governamentais e da sociedade civil atuantes na gestão e preservação dos recursos hídricos -
Agência Nacional de Águas, The Nature Conservancy, Secretarias Estaduais de Agricultura e do Ambiente, Comitês de Bacias Hidrográficas e Embrapa Solos - para a consolidação do Programa no Estado do Rio de Janeiro.

OBJETIVO
Discutir estratégias e diretrizes para a disseminação do Programa Produtor de Água no Estado do Rio de Janeiro, a fim de aprimorar a gestão integrada dos recursos hídricos e florestas, envolvendo órgãos públicos, sociedade civil e iniciativa privada.

Organização:
Azeneth Schuler (Embrapa Solos - RJ)
Rachel Bardy Prado (Embrapa Solos - RJ)
Helga Restum Hissa (SEAPPA - RJ)
Fátima Casarin (DIGAT/ INEA - RJ)
Rosa Formiga Johnsson (DIGAT/ INEA - RJ)


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